Ao som de Futuros amantes, de Chico Buarque.
O equívoco se prolonga como
tortura: pausa. Pequenos espaços de silêncio, apelos mútuos não correspondidos
e a distância dos corpos. Mas as almas, as almas se comunicam provando
que...provando o quê?
Que estamos mais felizes
distantes? Que agora é melhor do que antes? Que o cheiro solitário do lençol [ainda sujo
do nosso sal] acolhe mais do que a pele, do que o poro dilatado, do que o gosto
dos sexos quando se devoravam às 6 da manhã?
A MELODIA ÁSPERA DO
DESPERTA-DOR SUBSTITUI O TOQUE DO OUTRO ANUNCIANDO A MANHÃ?
Cada um, na sua corrosão,
descobre o gosto dessa incoerência.
Quem de nós dois está mais
feliz agora?
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