DIA SEGUINTE
De ontem em diante nada feito. Agora, engavetar lembranças, lavar todo o pefume das roupas, evitar o jazz e nadar em mar aberto. Fatigar o corpo com silêncio e água fria, até que ele durma. Concentrar o olhar no horizonte até que o coração volte à frequência daquele cotidiano.
SEGUINTE AO SEGUINTE
Ao redor da casa cresce o mato, os gatos se agitam famintos, as flores murcham de sede. Pequenas obrigações deixadas para segundo plano já não podem ser adiadas.
LIMITE
O sol devora o corpo dentro do quarto, apenas matéria estendida nisso que ora se chama cama, ora chão. Antes tudo o que faltasse fosse força - soluções planejadas em papel, mas sem alegria gratuita para movê-las. Dar comida aos gatos, regar as plantas que sobreviveram e vez ou outra sentir saudade, sem culpa. Retomar as redeas da vida exatamente naquele ponto quando ele chegou... e saborear as frutas do quintal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário